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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Enfim.. Aos Sonhos

Nada, me digas o que sofreu
Na lua, sua alma se escondeu
Mais que distante... A poesia escureceu
Em tortura, ao coração, o amor que concedeu

E voltaria, sobre os pólen, acalmaria
Sobre as rosas, o meu orvalho
Que se empoçou no sofrimento
Afogando o sentimento

E a nuvem passageira, abraçava, em vãos
As minhas rugas, enrugavam suas mãos
E a noite companheira, ensurdando a solidão
Nos berços da saudade, a minha palma sem perdão

E com saudade, que lhe vejo
Nos meus sonhos, às brisas...
Balançavam os meus olhos, que vistes
Chorarem sob seu sorriso
Alegrando minhas lágrimas tão tristes.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Drama

Eram as noites... Cale-se, sou eu, noturno
E Chopin exausto, era a sombra das Eras
Beberei seu claustro, azedo, em vez das ervas, termais amadas
Que pousam, na maripousa ternurada, na alegria contemplada
Somos fortes! Disseram os altos fiéis...
Éramos alegria, a rosa enluarada, o amor termal, os frutos do amanhã, o calafrio da loucura
Vivem em orações... Fossemos às quatros, belas estações, da manhã restante
Dos olhar prostrante, do devagar presente, na aldeia da eternidade
Na fonte das olívas, eram nus, os ausentes
Eram amores presentes, vivos na carne
Falando que estavam por la.. Nos eruditos, as palmas ardentes
Escritos no poente, "vós estais contente?"
Sim, sou a pele da sua alma, sou a carne do seu sangue, sou a voz da sua chama
Me debruço na sua solidão e te salvo do abismo, Oh pagão, solidão sem fim...
Me responde, Eurídice, tu és a calma da face soturna do horizonte?
É nas asas das orquídeas, que encontra o velho e o novo
Dança na chuva, seja o orvalho cadente
Na memória, seja eterno, pois não basta ser constante
O amor exige marcas, exige lembranças, exige ser feliz
Eramos o drama, somos vagante, mas que foste chama
Na vida, o amor, não está vivo somente na cama.
E sim no coração de quem se ama.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Janela das Brisas



Entre tantos homens, que estão na terra
Entre a vida que está na morte
Entre água, que verje pele
Entre os ventos, castos, rubram nossa ausência
No porvir de portas, passadas, distantes, até o cair norturno
Voltando entre as portas, magras e abertas... Suas treliças, nuas, explodem
Porões soturnos, encobrem brisas em chamas
A aurora renascendo no poente, voltaria na alvorada do ausente
Minguando a alma carente, iminente do ser
Das janelas da lua ao chão oco de seus braços, estão meus braços
Cavalgando mãos, à suas nádegas, galopando amiúde o meu prazer constante
As faces espelhadas na cama, ardência, loucura, dos passos na rua, na lama...
Na noite, janelas... Me chamas, pra noite, apalpar a lua, umidecer a volúpia de seus ouvidos
Sentir a carne dos seus olhos, sem poder tocar em um só fio de perdão
Sou o ladrão, pulando suas portas, a envolvendo em lenços rudes e correndo para baixo..
De suas mãos, e fechando seus olhos, para que você durma sobre meus olhos
Sem ver minha luxúria, escorrer para a casa restante, traindo os próprios amantes
Que me carregaram até aqui.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Chuva

Nessa vida o que nos resta
Somos nós, nós mesmos, os outros...
Somos instantes, restantes, soníferos
Eternos insanos, humildes coesos
Pefeitos mundanos, sombras ilesas
Somos o que fazemos, somos o que iremos ser
O presente, estado maior,
é o seu íntimo... Passado, no pretérito ficará
Futuro, o infinito me dirá, o que ser feito
Somos passos retos, bocas entreabertas, e noite estreladas
Almas enluaradas... Somos o esmo ínfimo
Nessa vida, quem não vive
Não pode ter perdão
Porque o perdão é feito para quem merece existir
Merece conviver, merece merecer
Nessa vida, somos o vão do momento
O flutuar do coração, a inércia do pensamento
Nessa vida, somos o caule, as pernas da morte
O pólen, o perfume do amor
Somos todos, somos a poeira da eternidade
O constante até o nunca mais
Somos a chuva que nasce no céu e transpira nos póros de quem nos ama.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Para Falar de Amor

Se todos fossem aquilo quiseste
E sentintisse todo amor de verdade
Seria não só eu, e sim você
A cumplicidade nos bastaria
A felicidade plenaria
O que seríamos?
Um par de pássaros flutuando no mar
Um cardume de estrelas vagantes no ar
Um breve e ausente "amar" ao falar
Seria inútil, os olhares, as almas, as palmas
Unidas, inértes, em riste ao horizonte
Seria límpido o ser na terra
As minhas vozes, roçando a garganta
Um perdão nas bocas inchadas da noite
Vozes abertas, olhares cheios de saudade e mãos cheias de ternuras
Seríamos o nunca mais restante, num poente contínuo
Viveríamos mais que a vida, a morte seria bestial
O amor amaria sem saber que no fundo era só para você
Sem destino, como num deserto, a flor permanente
Restante, inerente, despetalada, como a lua encoberta
Mas no fim, alvorada, eram sorrisos pálidos de pânico
Que tornaria à voltar ao berço terno
Em um amar eterno, num profundo abismo de sentimentos.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Um Triste Menestrel

Existem dias em que acordo
Minhas pálpebras, imóveis
Se aquietam, e se envolvem
Minhas pernas sinuosas lhe encobre
Seu perfurme exala as palávras da solidão
Estou aqui, me dizes não
Sua sobriedade, caminha pelo chão
Calça os chinelos, frios, e sozinhos
Me entrelaço nos cabelos da lua
Que me buscam, sobre sua cama nua
Me faz querer, e sentir que ainda existe
Por qualquer sofrimento...
O seu peito é meu deserto
Vivo só, mas sem ele, sou o eco
Da melancolia e escuridão
Sou inteiro, porém minha alma
És seu coração
Sou divino, sou bandido, sou descalço de emoção
Sou livre para amar, estou aqui e em qualquer lugar
Estou tão longe... Sua mão me tateia até falar
E no canto da loucura
Me debruço no abismo
De tanta saudade de chorar.

Olhar Ausente

São tantos rostos em quem me apego
E tantos são olhos os que renego
Um breve riso, no canto dos olhos
E eu assim, inerte e tolo
Divago em meu altar
Altar de flores em botões
Que desabrocham no raiar das lágrimas
Meu afeto, são as pétalas que acalantam sua páginas
Escritas em solidões inócuas
Porém, ofegantes de loucuras
Somos herdeiros da noites
Somos assim, sem paradeiros
Pareceiros do silêncio
Imóveis, no frio da espinha
E fizemos a doçura transparente
Envoltar todo ausente
Que perspicaz se fez presente
No meu bolso de estar
Me dizem, que posso caminhar
Inútil! Sem meus pés não posso andar
Todavia, minha alma pode levitar
Até o cosmo eloquente e repousar
E as mulheres, feito andorinhas, avoar
Para longe, longe de qualquer olhar
E assim meu "eu", dormir em paz no colo
De qualquer errante que pousar.