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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Relento


Ela trazia a flor, que nos olhos brotava
Trazia com rostos e amantes para casa
Casa tão nua, foges pra ela
Eu fico na lua, tremendo de amor.

Chega mais perto, olhos bonitos
Chega mais perto, meu eco de sol
Fique na sombra distante
E das vidas em sombra, siga adiante

Em noite sem lua, eu pulo as estrelas
De sorriso ofegante me passo a estar
Sem nada, e do nada estou eu
Tão solto e inerte no ar

Haviam tristes, no canto do altar
E a noite, era clara à nossas vistas
Porém escuros, eram os pensamentos
Que nela habitava

Encantar


Ainda atrevido, menino das rosas
Que saía das prosas à soluçar
Em sua boca, salivantes, poesias tão fartas
E no céu, vagantes, alegorias tão castas

Pequenino, envolto a gota de chuva
Caberia a si, o próprio destino
Em seu ego estaria só, virgem
O passado aos que fingem

Era meio solidão, meio fantasia
Meio alegria e inteira felicidade
Os barcos eram os olhos
Da inútil paisagem

Tanta tristeza, tanta rua vazia
Nos meus braços estão todo carinho
De uma lua sozinha
E meu coração, tão livre
Se despedia de mim e partia.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Conto de Primavera


Deixas seu cheiro
E na sombra da lua
Teu rosto é meu travesseiro
O que caía de pontas
Das mãos, andava tão dadas
E dos pés tão falantes
Nas bocas malvadas
Era caipira, era curió
Era pasmaceira, no seio da roseira
E a roseira, vistosa
Em rosto, rubor
Em seu corpo me deito
De suor, e com amor sereneio
Nas órbitas dos mares
Se escondia um tanto penar
Me libertava nos ares
Cansado de amar
E varrendo a imensidão
Se apaixonava o ladrilheiro
Escrevendo nas estrelas
Todo seu sentimento
Corre pra longe, corre Iracema
Nas folhas tão secas
Seu rosto era orvalho
E nas bocas tão úmidas
Úmidas de terra, terra molhada
Da lágrima passada
E o pólen, do beija-flor encantado
Sou o feitiço descaso
Do poeta falado
Venho de longe, venho tão hoje
Descanso poemas, no colo carinho
Sou feito sozinho
Sou pó e espinho.

Encantar


Ainda atrevido, menino das rosas
Que saía das prosas à soluçar
Em sua boca, salivantes, poesias tão fartas
E no céu, vagantes, alegorias tão castas

Pequenino, envolto a gota de chuva
Caberia a si, o próprio destino
Em seu ego estaria só, virgem
O passado aos que fingem

Era meio solidão, meio fantasia
Meio alegria e inteira felicidade
Os barcos eram os olhos
Da inútil paisagem

Tanta tristeza, tanta rua vazia
Nos meus braços estão todo carinho
De uma lua sozinha
E meu coração, tão livre
Se despedia de mim e partia.