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terça-feira, 17 de maio de 2011

A Mentira Verdade

Assim que lavo o rosto pela manhã.
Avisto as coisas mais claras e abertas ao meu peito.
Vejo o horizonte e o infinito mais perto e calmo, como eu gosto.
De longe, espero que anoiteça em breve, pois é na noite que a serenidade surge.
É no assopro ao ouvido, que derrepente, me vejo ainda vivo.
Ainda em pé sobre as areias, divididas de grão em grão como palavras.
E caminho para o mar, bebendo até a última gota desse álcool que verge de minha pele, ainda quente.
Megulho! Porém não sei nadar sem a ajuda de uma mão que acalanta meus póros nús, até que me seque com a ventania vinda de seus cabelos presos aos meus olhos.
Depois de já coberto, me deslumbro ao espelho, todavia ele mente descaradamente, como um sol em um dia chuvoso, o reflexo vira-se de costas para mim, como se tivesse vergonha de seu berço.
É tudo mentira, que a verdade é plena e verdadeira, pois quem disse que ela não mente, se até o coração me engana, ele o mais sincero astro, que comanda meus passos! Quando passo por aquela rua e a saudade entra pelas minhas veias. Minha mente grita: "Que saudade essa!" "Não sinto nenhuma saudade" diz meu pensamento, e o coração responde: "viu, como até eu sei mentir"!

Um comentário:

Unknown disse...

Você escreve muito bem! amei, é lindo.