Páginas

domingo, 13 de maio de 2012

As Mães


E a toda hora, em todo espaço
A qualquer lado... A presença, em forma de coração
Por onde anda, com seus pés, lhe encaminha
A todos os rostos estapeia, para o bem, seu, para si
Do ventre enclausurado de amor, dos olhos fadados de perdão
Das mãos calmas, das mães exaustas
Da ternura eterna...
Sem sangue, sem rastros, apenas o afago dos braços
E o calor de sentir algo, que o ser não entende:
A criação de um novo ser.
E a firmeza das lágrimas, escrevem o poema do pra sempre, à prole
Reinando a felicidade extrema.
E olhando ao filho vivo e dizendo: ainda sinto aroma nos olhos, das flores que lhe entreguei.

A Galeria e o Vento


Andando-me. Me encontro
Embranho, me recuso
Infâme ao risos, ao gestos, as dores
A tristeza de ouvir os passos, se esvaindo, alternando, Deus:
Como pôde, correr sem braços...
Me galgue, em descasos..
Quem se diz mudo, fala o que tiver negando, na mudez da alma
Se fizeste cego, pois não enxergues o queres, o que tiveres, o que desejas
O mesmo, vindo e indo, se pondo em contraponto, sabendo quem eu sou
Negando e exalando a pureza, que não engana mais, que não exibe mais, que não rima mais
Assombradando os sorrisos, as mostras do que cativo, me detesto
Como amor, como rosa, como cravo
Em colírio faço a prova de que sou hermético, maldito, nefasto
Clareio a solidão, não me engano de alegria, se sou feliz, sou aquilo e nada mais
Se sou distante, mistério, fantasia... Sou tão triste, que por mais, não sou calar
Minha voz dispara aos ventos, me diziam, sou pensamentos
E obra, das noites frias... Está aqui, com um pouco de lágrima ao coração
Errei de veia, errei de dia, me enfeitei de noite e sou a poça do amanhã.

Um Pé de Alegria


Eu quero te pedir, quero valer apena
Lembrar que teve alguém
Que não sentia pena
De si... Lembrar que quero mais
Sofrer, porque sofrer sozinho
Não é capaz

Eu quero correr pra longe da sua saia
E viver e ver de longe, a madrugada
Sozinho não posso ter, a ti
Porque você sozinha
Não é mais eu

E tão longe, do assoalho que não molha
A lágrima que desce, desmaiou
De fome de amor, se derramou

Pode-se viver, não tenha mais perdão
Sou pouco, mas sou vida
De morte e solidão
Sou velho navegante
Navegando em sua mão

Não conheço a humanidade
Mas conheço teu perdão, que sofria
Sou um pouco de maldade, que lhe via
Vindo da alma, em alegria.