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sábado, 29 de janeiro de 2011

Vida e Tempo. Amizade e Amor.

É vida... Nada como ela para acalmar alma, um acalanto do sossego
E o tempo! Irmão da vida, os dois juntos são o verdadeiro berço da humanidade
Nós fazemos nossa vida, nós brindamos a alegria, a cada passo
Segundo após segundo, a cada laço

Seguindo adiante, seguimos distantes de tudo
Porém do lado do tempo e da vida
Há amizades e amores, que preenchem nossa existência
Uma gota de orvalho numa folha seca

Que se possa andar, de vez em quando para sempre
A luz é a vida, o amor a história
A vida é nosso presente
Nossos sentimentos, nossa glória

Cada sentimento é feito de infinitas sombras
Cada uma, com seu tempo
Que aflora a cada descoberta
Sentimento é igual brisa, quando passa, você sente
E quando menos você esperar, vai lembrar que ela passou...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Poema Vivo

Ela passa, por onde ela passa?
Que ternura, que magia, que luar
Uma infâme beleza, um cais do céu
Nem a loucura há de explicar

Os olhos da aurora do mar
Inundam o oceano de amor
Abraça o horizonte de carícias
Afaga a alma de luxúria

O beijo da felicidade, é só o seu
O canto da humanidade, se faz o teu
A pele cheia de carícias amada, é a sua
Os passáros se curvam ao seu altar

A beleza é o poema errante
Numa imensidão viva e distante
Que existe e flutua
Como um poema vivo e uma lua.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Revoada da Vida

E vai levando, entre nuvens
E vai passando, entre árvores
E sorrindo em borbotões ilustres
Corroendo multidões distantes
Entre imensidões errantes
Bebendo a água da rua
Chorando a água da boca
Passando a mão nos olhos
E abrindo os pensamentos infâmes
Revoando as luzes da alma
Voando nos caminhos em vão
Do infinito passageiro
E correndo para o mar, nadando nesse mar
Que da beleza, se faz em cores
Da vida, da morte ou apenas nascendo
Da terra, do fogo, da pele
Semeando a arte da íris
Invisível como a mente
Simples como o olhar
Bêbado como o vento da madrugada
Caminhando contra as asas
Contra a vida, sorrindo como a morte

Ninguém Mudará

Mais tarde o vento apaga o sol
A luz se escreve em solidão
A tarde amanhece entre estrelas
A sombra se esconde em um clarão

Na tarde o assobio me toma em vida
Madrugando olhos de ilusões
E quando a vida nasce e a morte morre
As trovas se alastram em trovões

Na cova recinta do rosto
As faces se coram em rubro
Nas palmas espalmadas
Salivas se encharcam em lágrimas

Quem descobre a chuva
O calor a mata, em uma eterna vastidão
Se entre os dedos os anseios irão conter
Nada na boca perdida irá beber

Póros, palmas, olhos, almas
Tudo se juntando em braços
E nos abraços se plena
A solidão infinita do ser

domingo, 9 de janeiro de 2011

Espelho

De todas as formas, verdadeiras ou falsas
As mais belas e inimigas faces
Os homens, amigos são
Vivem dia a dia, noite a noite
Na mais lúdica forma de pensar

Se todos os amigos, fossem amigos, ah....
Não teriamos os verdadeiros amigos
Espelhos da alma, alma sem nada
Poderiamos viver sem o mundo, mas não um mundo sem amigos

Um mundo sem flor, sem cor, mas amizade é a melhor
forma de arco-iris
Somos feitos de ternura, compreensão, carinho, luz
Luz que não se apaga, até a morte do bem da amizade
Ou da morte da compreensão

Enfim, amizade é a semente da felicidade
O canto que nos acolhe, a sombra de nós mesmos
E definitivamente....
Amigos não fazemos e sim, reconhecemos....

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Obscuro que Desatina

As rosas descem do céu
Em orgasmos crescentes como o divino
Entre pontos de nuvens alvas, me desatino
Só pelo pesar em ter todas as pétalas longe do horizonte

O amor sobe pelas pernas rasgando as almas
Se embranha na espinha da virgem a deitando
A molhando, a suando, a assoitando
Pelo um olhar distante do que é verdade

Mas o que possa ser verdade, às vezes ludibria
Os olhos, as almas até o próprio divino inabalado
Por nada e nem uma rosa naufragada em refúgios sombrios
Que nem alma mais cândida há de descobrir

Mas o imaculado domina o amor divino
Porém desconhece o amor que enlouquece, que ama a noite
Esse amor que é verdade, que é o maior pecado humano
Mesmo o pecado sendo dos céus
Porém esse amor falso, é o mais abominável do homem
O amor dito, mas não um amor sentido na carne da alma

Consciência

No meio de todos os caminhos, existem erros, existem pedras, há faces estranhas!
A vida passa, amores passam, mas agente não se passa. Agente fica no passado, estando no presente.
O mais engraçado, é que gostamos disso, por mais que seguimos nossos caminhos.
Dores. Existem várias. A dor do ódio, a dor física, a dor do pensamento, a dor da alma.
Mas a pior é da dor da consciência, a dor que te corroe por dentro, a cada dia, a fração de segundo.
A dor que martela a alma, que está lá sempre, por mais que você ache que não está.
Essa dor, é causada por um ato com o próximo, que ao mesmo tempo acaba com si mesmo.
Mas tudo se aprende, não pela idade, não pelos outros, mas sim, dentro de todos, porquê em cada um existe uma consciência.
E ela no final de tudo, cobrará seu preço.

A Virgem Mente de Antônia

A vida sofre por ter um amor
Ela era menina dos olhos de seu pai
Tinha lágrimas da caatinga do sertão
Ela dormia no canto escuro de sua casa
Ela dormia em sua cama quente e macia, árdoa e vazia
Ela brinca com sua boneca de barro
Ela chora visões de um mundo melhor
Anda pelos espinhos de cactos do sertão
Cura sua sede com o sangue do gado
Que escorre na erosão do pecado
Ela vive na míngua do nascer do sol
Pensa que sabe o que é viver
Vive sem saber o que é comer
Come sem saber o que é beber
E bebe sabendo o que é morrer
Luta por ter alguma voz para ouví-la
Grita por dentro para saber o que é ler
Vive em um mundo de Deuses esquecidos por Deus
Um mundo sem vaidade, ganância e judiação
Porém sem vida e nem perdão
O sangue jorra de suas pálpebras
Que se cansa de chorar ao anoitecer
Sua pele já é seca e rachada
Que nem o chão onde se deita
Um clarão aparece no céu
Seria Deus ou então um pouco de chuva para nos saciar
Ou então um sonho de um dia feliz
Sua mente é a pura que nem a visão dos anjos
Acredita na bondade dos homens
Vive acreditando na santidade dos santos
Para quem reza toda noite
Em sua cabeceira de madeira podre
Mente sem saber o que é pecado
Pela única falta de saber o que dizer
Estende sua roupa sabendo que não irá chover
Olha para as estrelas sem saber voar
Quem dera que fosse só não voar
Sem saber amar, chorar e cantar
Por isso sabe o dia de amanhã
Na amargura de seus pais ao acordar
E vive eternamente com sua mente pura e limpa
Vive sim, Antônia com sua virgem mente e carente

Eu.

Quero procurar dentro de mim as melhores coisas.
Ver no futuro, o presente da mudança.
Dizer que o passado se foi e ainda fica, mais que o presente.
Que tudo se una, uma união mútua entre mim e o resto.
Que as pessoas venham e fiquem, e que deixem legados.
Que meu simples gesto agrade alguém, apenas alguém.
Que me peçam ajuda e que eu possa colaborar com a vida de um ser.
De todos os espaços, que apenas um se abra e que eu vá, sem erro, sem volta.
Mas não posso mais ficar num vazio, rodando e rodando.
Que o agora seja o presente, o futuro e o passado.
Que os outros passem e digam que eu passei, que lembrem da minha presença.
Da minha vida, porque sempre lembrarei de todos que passaram e deixaram a felicidade.
Que outros que contem, passo por passo: Eu morro ontem, nasço amanhã, ando onde há espaço: Meu tempo é quando...

A Realidade

Noite, turva cresce, dilata e continua
Vasta, ambas noites serenas e castas
Se deita em sombras perpétuas na escuridão do infinito
E rastejando pela escacez da bruma, bebendo todo esse fel
Lindo breu dos olhos, madrugam em ciprestes frios, como a madrugada
Desce pelas nuvens, trovões de labirintos nus
Que apaziguam todo esse mar de almas
Que anoitecem toda essa rélva de sonhos
Vivenciando luzes, noites, sombras...
Mais tarde, o velho nasce da lua
Brotam lampejos de assombrações alvas
Como a pele branca da rua pura das horas altas
Do céu, uma gota cai, no chapéu dos sem casa, sem vida, sem noite..
E escorre entre os olhos, daquelas pobres criaturas nefastas
Por mais que doa, o verso é nulo como no além do cosmo
As palavras inúteis e avúlsas e pútridas, sem valor
Sem rancor, nada de amor...

Infinito Ser

Porque o amor se diz tão forte
Se diz tão grande
Se diz tão belo, como verdadeiro amor que é
Um amor infinito, conquistado, um amor amado!

Uma mulher verdadeira, para um amor verdadeiro
De alguém que caiu em seus olhos e lá ficou eternamente
Debruçado em suas palavras, em seus afagos de sua música
Como a lua em uma noite escura você é, ilumina meus breus

Tarde que amanheça esse amor que vejo
Acordo você na verdadeira sombra da confusão
Pois você é minha grande paixão, seus olhos me ludibriam
Como a lua engana a noite e a chuva em um dia tórrido..

O infinito é muito sublime ao mesmo tempo confuso
Tudo se divide, mas nada termina se verdadeiramente é verdade
Se o infinito realmente é eterno
Porque não, o amor o mais puro dos sentimentos
Não poderá ser eterno também....

A Invasão dos Sonhos

Dessa pútrida calma latente
Um cume de sombras perpétuas
Se flagelam em uma pálida corrente
De nuvens infinitas e negras
De gestos de mão pro ar
Nos tornaríamos sem gestos pro além
Deitado nessa poça maligna
Enfestada de tristeza e enxofre
De almas selvagens e rudes
Onde flutuavam algumas folhas de um verso
Que falavam: "nada de mim, se torna vivo, só a morte poderá ser a eterna vida"
E eu chorava alagando mais essa poça tórrida
E depois dos úivos do meio-dia
Só se escutavam clarões em mangues desertos
Onde só viviam os umbrais dos sonhos exclusos
E abriria se a porta dos pensamentos macabros
E de lá, sairia virgens enroladas em velcros
Cobertos de nuvens pálidas do amanhecer
E da noite a sangria desatou
O verso se delatou
A morte se confessou
A vida desnorteou
E a chuva transpareceu
O que essa áurea sinistra tinha escondido
E que demais uma rosa, um lótus suou
O orvalho carente se deu em paz
E passando e passando sozinho
Fugiria desse laço jamais