Páginas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Amado


Sabes, o que te alcança?
E por pouco não lhe vi
Correndo, alçando vingança
Por pouco, não parí, minha própria morte
Um sossego, uma agonia, um resto...
Se fosse calmo, dizia a ela, não presto
Porém, és rude, na largura da alma
Não me canso, de ler as vidas
Em sua mão cálida, e meu rosto
Em sua face pálida, encosto
De almas...
Me entrego, a quem volta, quem me desafia
Quem não me alcança, e sofre sem rancor
Tem que se atirar, se armar, e não fujas do amor
Tem ser vivo, ter sangue no sangue
Abraçar o porvir, sabendo que irá partir
Sem tua ausência, meu coração, me nega
Me inflama, se mantém inerte sobre meus calos
E ele mudo, no final da noite
Lhe diz: Encontro, pois sou o final da vida.

Nenhum comentário: