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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Dito

Ele ao encontrar si mesmo
Arrependeu-se
Do que foi, e é
Além de tudo, foi homem e mulher
Foi mágico, além da esperança
Foi selva e estrada
Sobe seu corpo
Passaram mais de mil cavalgadas
Foi deserto... Também ventania
Chegava aonde queria
Como poeira, vinha de todo lado e entrava em qualquer lugar
Queria estar ali... Não podia!
Mas se arrependia do que não fez, das tristezas
Das saudades, dos horizontes ainda não vistos
Caminharia aonde quer que o encontre, ele mesmo
E sem total companhia, sem total franqueza
Com passos geométricos, alegria nas mãos
Coçava a barba branca, que já caia em decúbito
Deixando um rastro no caminho onde passava
Traçando o que sabia sobre a vida
Apontando seus dedos, mais afiados, todo o dia
Sua língua já inóspita e bebia
Tudo o que haveria de haver, para nós
Tudo o que tinha em seus bolsos
Tudo que o vento levava e a água trazia
Tudo o que nos restava, o amor.

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa, maravilhoso. Parabéns,ameei *--*

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