Páginas

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Alma Branca

O vento rajava pelo vidro... Era noite
A manhã não tardava acontecer
O berço se desfazia ao amanhecer, a agonia
Ela levantava e caminhava numa cantoria
Saía pela porta fora, uma correria
Às vezes devaneia, outras sorridentes, outras coloridas, nunca tristemente
Sempre bebia a agonia que de fora a fora caía
Mas assim não sabia, para onde seu pranto sempre rolaria
Se de dentro para fora ou de fora para dentro, numa calmaria
Sempre ornamentada, era firme, coesa, como a lua
Entre seus olhos só se via a fragilidade nua
Que se desvaia por sua pele até ser rechaçada, assim crua
Como vento que levava até o alto de seu pólo
Era afagado eternamente em se colo
Não tão macio, porém casto como o dia
Que adormecia por sua vez em uma sombra que fazia
No altar da melancolia, era encoberto pela véu que ludibria
Até o mais sublime trovador em um raio de uma emoção contínua
Serena, límpida e festiva como o carnaval que se desfazia
Atrás daquela moita, ainda assim permanecia a folia
Mas era tão rasteira que jamais se via
Só quando olhos paravam de chorar
E a pálpebra ainda molhada se enchugava nas suas
No passar de duas nuvens brancas
Alegres e infinitamente puras

Nenhum comentário: