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domingo, 12 de junho de 2011

Fato Consumado

Lá pelas tantas... Eu ouvia um sussurro
Um leve assobio me chamando para o canto
Era meio triste, como um choro
E alegre como um frevo
Às vezes sútil me deixava ressabiado, porém sempre curioso
Sombrio como uma alma vagante, me tentava em compassos descompassadados
Assim seguia me trazendo até uma infâme solidão que aqui me segurava
Não poderia imaginar seu rosto
Porque jamais a tinha visto tão de perto, depois de uma alegria tão inebriante como foi
Assim... me segurei em meu lugar e não fui até ela
Abri a página de um livro e espantosamente ela não se completava
Pois então percebi que meu coração é que estava inacabado, obscuro, retrógrado
E olhei para frente... Bem la na frente. E assim, consegui enxergar o que todos tentam observar
Que o nosso amor é tão noturno como correr em um corredor escuro sem saída
Sem volta, sem perdão, até que a morte nos separe.

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