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sábado, 13 de agosto de 2011

Acaso

Faltam mais estalos nas palmas disperçadas
É vazio, porém coeso a imensião infinda de amor
Falta esse amor, essa paixão, que se torna loucura

Falta a beleza de um sorriso pela manhã
Tateando meus anseios, inebriando minhas lágrimas
Circundando minha alma, alimentando meus póros
Falta mais ternura nas entrelinhas do coração

Falta mais arroz com feijão, no prato diário
Ele está cada vez mais variável, mais pálido
Se mantém rico e igualmente pobre
Falta mais base às construções futuras

Falta aquela lua mais volúpia, mais circular aos meus olhos
Vista de lado a lado na noite, indo além do sol
Além do mar, além dos versos
Falta mais orvalho sobre as rosas

Falta mais cumplicidade às palavras e aos gestos
Mais exatidão aos pensamentos, mais vivência aos sábios
E juventude aos jovens
Falta mais suor ao final dos dias

Falta a mão amiga ao ombro certo
E a calma na hora exata e um beijo de boca aberta
Falta mais saliva aos amados, e sexo aos infiéis
Falta mais carícia aos fraternais

Falta um amor para se amar
Esse que me acorda durante a noite, só de sonhar
Que me estremece só de pensar
Falta mais cor no arco-íris do olhar

Faltam vôos até o infinito, aquele que não se alcança com os pés
E sim com as almas, porém faltam almas...Hoje só vejo escudos
Falta mais um colírio para clarear tuas respostas

Faltam mais dedos entre dedos e sob dedos
Falta mais uma, àquela... Ela
Atrás de uma porta chamada sentimento
Que falta me faz, a falta dela

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