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terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Eco

Caminhava sobre o peito
Entre as pontes, o deserto
E fosses tu, o defeito
Era eu, entreaberto
E gritava por seus apêlos:

"Amor, mor, or, or...
Salve-me, alve-me, ve-me, me..."

E você, boqueaberto:

"Amo-te, amo-te, mo-te, te...
Corra, orra, rra, ra..."

Nada mais que presente, o céu, à fortaleza!

E seus ouvidos diziam:

"Tragam-me, agam- me, agam- me, sua dor, dor, or, or...
Sem qualquer prazer, zer, zer, er,er...
Pois uma pétala de flor, or, or...
Era o caule do sofrer, frer, rer, er...."

Pois não tinha mais angústia
Minha lágrima, já não falava mais paixão
Minha luz, era uma fortúita solidão

E assim meus olhos e os seus, declamavam, nos ecos do coração:

"Porque, não me ouviste, iste, ste, te...
Dos meus olhos brotam suas mãos, ãos, os, os...
Não vá mais sem ir-te, ir-te, te, te...
Que meus olhos ficarão em vãos, ãos, os, os..."

Lá no fundo de sua alma, está meu eco
Que corre por suas veias, eu sinto
E sai por sua boca, um grito
Balbuciando, eu minto!



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