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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cais

Brevemente, sem lágrimas
Chorando enjaulado pelas asas
Do passado, instante aparente
Uma conversa sem degraus
Atrás da moita, me puxando os tapetes
Vai, volta, me arrasta, me envolta
Em infelizes... Abstrai o coração
Derrama alma pelo chão
Derrama o ventre, sem perdão
Sua retina, o meu palco capataz
Açoitando meu apelos
Me devendo toda paz
E roçando em meus pêlos
Quem diria, que seu cais
Jamais, exposto, abraçaria um novo amor
Chegando em mares revoltos, de cabelos e encostos
No bailar de ondas, aos meus pés
Admirando o "nunca mais"
Imóveis, e sem face... Deguste o que é veneno
Engula o que o faz pequeno
Me mostre seu suspiro nômade
Sua pele inerente, sua voz inconseqüente
A flor de seus anseios, a romaria de seus passos
E seus leves abraços, ensuando aos meus
E dizendo: Se eu volto, não serei o adeus
Que ficou nos olhos e nas mãos de quem restou.

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