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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Soneto à Liberdade

E quem pode amar mais do que eu pude
E desafiar as rosas, e lhe tirá-las espinhos
E quem caminha às nuvens, ao um vento tão rude
Rasgar-lhe abraços e se tornar carinhos

Quem pode ficar à deriva, em um mar sem órbita
Respirando solidão, sobre um rio corrente
Onde estão as águas? Me diz, viúva semente
Onde estão as luas? Estrelas cadentes

E por que estás contentes, mulher vadia
Nadando tão nua, na lua vazia
Sem pêlos, sem dorso, Maria...

E os pássaros, me diziam, quimera
Porque esta mulher que deságua n'alma
Não é o presente, e sim, a mulher que tivera.

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