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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Copo D'água

E eu que olho o céu
Nasço em estrelas
E da lua, sou o réu
Do eterno, sou as esferas....

E se é abismo, se jogue
Se é loucura, transpareça
Se é divino, resplandeça
Se é das nuvens, anoiteça
Se for a luz, assombre
Se for a sombra, alvoresça
E aos meus olhos, apareça
Sem receio, me desperta
O suor, até aos cabelos
Se for a pedra, caminhe
Se for distante, aconteça
Se for presente, perdure
Se for o mal, adoçe
Se for o mel, ensope
A alma, a vida, a voz...
Se for a máscara, seja Imas
E as Imas, sejam almas
Juntas, que brigam, e se amam, se engolem
Se for pesado, que seja filme
Se for a música, que seja a dança
E se for a dança, seja os passos
E se forem passos, seja o caminho para o instante
E se for instante, seja só
Sozinho, é constante, se for a dois, é sexo
E a três, sem nexo, e à quatro, se for família
E a família, seja próxima do pra sempre
E o pra sempre, nasça hoje, em segundos
Que os segundos fossem horas, e os minutos o ausente
Entre os minutos, o vácuo da lua, o breu do universo
Que paralelo se atinge, no sofrimento de amar
O humano que beija a planta, beija-flor
E se for planta, seja lágrima de orvalho
No orvalho o amor, instante
E se for amor seja humano
E se for humano seja amor.

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