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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

À Minas

Deste lugar não nasci
Porém, deste lugar, estive, em alma e corpo
De toda vida e por toda vida....
A perder de vista, além do sol, do seio dos montes
A beleza das manhãs, que sozinhas, parecem eternas
Dos quadrúpedes, das asas, dos rios e nascentes
Dos ouvidos infinitos, gritando pelo silêncio
Silêncio único este, que só se ouve o coração matutu
Coração da terra, puro e limpo como chuva
O abraço mais que apetado, de todos os dias, em felicidade
Aquela felicidade! Sem medo de não se ver mais, sem medo da alegria
As andanças sem fim, na rélva que termina com a mesa posta
A cama perfumada, as rosas em abroche, e as mãos apertadas
Acordo hoje, e vejo as aves que passaram
Do mar, além das montanhas, estive
De Minas, além das sombras e colheitas, revivi
Não sou desta terra, porém, desta terra nasci
Em Minas não nos vemos, nos sentimos...
Somos perto da terra, do céu, da lua
Somos cavalo de guerra, coração inútil
Em Minas estamos tão perto de Deus, que ele nos fala ao som dos bichos
Não tenho culpa de minha terra, mas se aqui, voltarei um dia
Da lavra e da morte em cúbito
Me fujas, Alma de mineiro
Pois aqui estarei perdido, em dias e manhãs...
Vagando alegre, sem saber em que árvore subir.

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