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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pele

Fruta que do pé caiu madura
Caiu sentada, rolou sobre as alturas
Fruta que se fez deitada, virou sumo
Do suco, líquido, sólido pensamento
Entre folhas cervicáis, onde esquentam em seiva
Onde deserta o pássaro
Que acalanta o vento, frio
Que do ar errante, se foi rebento
N'outro ano, ficou a primavera
Do broto verde, amargo e cálido
Ainda seco, pálido
Não se achava, dentro d'outro, procurava...
Nas nuvens, ouviam dizer, que fora para lá
E não fora, amigo
Meu inimigo se veste de casca falante, era branco
Da mão, contempla-se em foice, fosse
Amante verde
Fosse ave sem asa, galho negro
Mata sem voz
Que mora longe
Que diz ao tempo, que me ache.

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