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sábado, 10 de maio de 2014

Sabe-se

Segue nessa vida,
quem não tem cura
Quem já amou ou ainda quer amar
Que não sabe onde pisar
Quem deixou a porta aberta para o outro entrar
Quem não sabe onde morrer
Não sabe como viver
Quem disse o que não pensava
As tolices do mundo
Quem bravo ficou, mas permaneceu com a ternura
Que disse não a um amor repentino
Porém sim, ao amor infinito
Segue nessa vida,
quem não desejou mal de forma convicta
Quem disse adeus, querendo reencontrar
Quem apertou a mão e não quis largar
Quem não sabia andar e escolheu voar
Segue nessa vida,
quem faz dela um infinito
Uma roda sem caminho a caminhar
Quem trouxe e guardou as pedras da montanha
Quem bebeu água num rio claro
Quem trouxe paz a um coração estranho
Quem deitou numa cama qualquer, sonhando com o distante
Quem nunca deixou de sentir o que queria
Quem deixou a realidade e voltou para fantasia
Segue nessa vida,
que do pesar tornou-se findo e das palavras o infindo
Quem esteve e quis ficar, porém não relutou em ir embora àquele que não podia amar
Quem não sabe nada da vida e ainda preza por ela
Quem deu abrigo a um animal arisco, sem saber onde estava o seu amor
Segue nessa vida, todos os que zombaram das estrelas
E nelas ficaram para sempre, como memória e prisão
Segue, quem disse tudo isso e não sabe aonde vai
Porque na verdade, o que é a vida? 
É algo que é instante, que é para sempre
Que é morte, apelo...
Tão distante do peito, que temos vontade ir, mesmo sem saber onde ficar.

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