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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Colírio

Era um dia frio e acordei na noite
Ela brincava comigo com seus sons de arrepio
Eu me levantava pelos cantos com agonia, sem enxergar
Não via nada, nem meu coração
Ele batia, mas era fundo, tão fundo quanto a alma
Estava mais escuro que a noite e ao mesmo tempo lípido como a aura
Que todos a viam, pois era tão clara que cegava até os cegos
Aqueles que não veêm aquilo que te afaga, pois a alma triste com o passado, não a deixa ver
Cegos de sentimento e não de íris
Que se fazem passar por forte, mas não aguentam nem um assopro no peito
Que vive procurando a mão plena, mas nem sabe contar seus próprios dedos
Que some, arrasta, dilacera o sangue e bebe com toda calma, aquele sentimento
Que pisa na lálgrima, e depois dela subir por seus pêlos, correr por sua espinha e limpar seu coração
Já vai estar tão cego, que nem vai as ver gotejar nos olhos do amor eterno.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo demaaaais! amei.