Páginas

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Para Falar de Amor

Se todos fossem aquilo quiseste
E sentintisse todo amor de verdade
Seria não só eu, e sim você
A cumplicidade nos bastaria
A felicidade plenaria
O que seríamos?
Um par de pássaros flutuando no mar
Um cardume de estrelas vagantes no ar
Um breve e ausente "amar" ao falar
Seria inútil, os olhares, as almas, as palmas
Unidas, inértes, em riste ao horizonte
Seria límpido o ser na terra
As minhas vozes, roçando a garganta
Um perdão nas bocas inchadas da noite
Vozes abertas, olhares cheios de saudade e mãos cheias de ternuras
Seríamos o nunca mais restante, num poente contínuo
Viveríamos mais que a vida, a morte seria bestial
O amor amaria sem saber que no fundo era só para você
Sem destino, como num deserto, a flor permanente
Restante, inerente, despetalada, como a lua encoberta
Mas no fim, alvorada, eram sorrisos pálidos de pânico
Que tornaria à voltar ao berço terno
Em um amar eterno, num profundo abismo de sentimentos.

Nenhum comentário: