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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vinicius


A fascinação, de um homem vulto
Que acompanha a adoração a carne
E nas pontas dos dedos, exibe sua graça
A hora sonada, dos tempos fartos
Do whisky regado e salgado à poesia
Da bebida corrente, nas veias orquestrais
Existe Vinicius, existe...
Do cavalo alado, sem rastro, sem correntezas
Do verbo vadiado, o menestrel das meninas
Dos olhos caídos, da voz rasteira, da palavra exata
Fala Vinicius, fala...
Dos olhares roucos, sua pálpebra se alinha nas curvas de Ipanema
Nos recantos das areias, nas volúpias repentinas
Dos amores eternos, ardidos, do sol da meia noite
Chora Vinicius, chora...
Deixando à todos, suas almas a deriva
A um mar soturno, de cálida palidez
De um poeta escuro, de alma e pele falante
Do brasileiro nato, armado nas costas de Xangô
Abraçando a todos, redentor
Tu és nosso silêncio, nosso haver, nossa insensatez
És parte humana da voz dos anjos
És a música errante do coração amado
Tu és garoto e valsa eterna da vertigem
És a maior inspiração do leitor de alegoria
E o leito d'alma do escritor dos sonhos.

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