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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Regresso

O que descrever como tempo?
O que diria ao tempo, ao medo, ao ferro?
Que esse medo nos destrua
Nos erga, mate-me como fel de tempos
E todo tempo, numa volta rotacional de astros
Não desfaça o que o tempo criou
A semente, o beijo, o choro
As formas tão simples de amar
o próximo.. Chega a ser distante...
Medo, quem disse que tens? 
Ama a mão áspera
Conta as areias do sal
O deserto causticante, nas vísceras veias...
Ah meu amor mais amante, como digas que não ame
Como dizer que tempo é curvo, mate-me se for capaz, tempo!
Taque-me todo ferro dessa língua inabitada, desse ardor incapaz
Traga-me de volta a solidão das noites
Leve-me os exageros do sol, da manhã perdida
Até nessa árvore que brota, altiva na praia alcalina
Se deite em prantos nos meus pés a me beijar
Não digas que errei, meus erros serão seus também
Mas apesar de todas as idas, a volta será o átomo
de um abraço tão vivo, quanto esse mar que me faz de horizonte.

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